A questão da escolha de um sistema operacional para novos usuários pode ser algo complexo e envolver vários fatores.
Geralmente sofremos uma grande influência de agentes externos, que direta ou indiretamente nos direcionam à uma certa escolha, amigos, mídia, trabalho. Enfim, qualquer coisa pode influenciar em suas decisões, sejam elas quais forem.
Uma pequena história
Um conhecido (uma pessoa leiga) comprou um computador (desses Positivos) e nesse equipamento veio instalado o sistema operacional Satux Linux (pouco conhecido até então). O mesmo atendia perfeitamente suas necessidades até que influenciado pelo irmão, resolveu mudar para o Windows. Dias depois ele me procurou para um “help”, pois não conseguia acessar a internet, gravar cds e o pior, o computador estava com vírus. De forma profissional foi até à casa dele, instalei um antivírus e ajustei os estragos que o “sobrinho” fez (o cara cobrou R$ 30,00 para instalar o Windows de maneira porca).
Uma semana depois, encontrei com ele na rua e conversando sobre como estava o computador, descobri que ele, por conta própria, reinstalou o Satux no computador, retirando de vez o Windows. O motivo? Nas palavras dele: “O Windows era muito ruim…”
Enfim, a história acima apenas mostra que para um usuário leigo, a primeira impressão é a que fica. Talvez esse seja um dos problemas para a adoção do Linux por um número maior de usuários: as dificuldades e problemas causados por sistemas mal instalados/configurados, acabam causando uma má impressão do Linux como um todo, fortalecendo ainda mais as influências para que o usuário opte por um sistema “mais fácil”.
A influência nas escolhas
A escolha do seu sistema operacional também segue essa linha, e com sabemos, a grande maioria dos computadores pelo mundo utilizam o sistema operacional da Microsoft. Assim, o que esperar de um usuário leigo (aquele que nunca teve contato ou que teve pouco contato com computadores) acerca do sistema instalado no computador?
Na certa, se o usuário nunca teve um contato direto com um computador, isto é, nunca fez uso do mesmo como ferramenta de trabalho (ou mesmo entretenimento) espera-se que, independente do sistema operacional, haja o espanto inicial causado pela novidade. Afinal, ele, uma pessoa cuja convivência com o mundo digital acabou de ser iniciada não é capaz, na menor das hipóteses, de formar uma opinião acerca de qual sistema operacional é melhor e qual atende às suas necessidades mais satisfatoriamente. Obviamente, a pessoa já ouviu falar de Windows, mas daí a saber se é bom ou não já é bem mais difícil.
Nesse ponto, surge a influência externa, como citado anteriormente. Se o computador em questão for adquirido com um sistema operacional Linux, certamente, um ou mais indivíduos “mais entendidos” farão pressão (muitas vezes sem querer) para que o sistema pré-instalado (Linux) seja prontamente removido, dando lugar ao Windows. O pretexto, obviamente são as “grandes” vantagens oferecidas pelo mesmo.
O que dizer então se o usuário em questão, após experimentar tal mudança achar que aquele sistema dito “o melhor” não lhe agrada? Pois bem, vou destacar alguns pontos importantes a serem considerados:
Facilidade de Uso
Windows
Interface Familiar: A maioria das pessoas já viu ou usou Windows, seja em casa, na escola, ou no trabalho, o que facilita a curva de aprendizado.
Ampla Compatibilidade: A maioria dos programas populares, incluindo jogos, softwares de produtividade e ferramentas especializadas, são desenvolvidos primeiramente para Windows.
Suporte Amplo: Existem muitas comunidades, tutoriais e serviços de suporte disponíveis.
Linux
Variedade de Distribuições: Existem muitas distribuições Linux (como Ubuntu, Fedora, Mint), cada uma com seu próprio foco e nível de dificuldade. Algumas, como o Ubuntu, são bastante amigáveis para iniciantes.
Personalização e Controle: Linux oferece maior controle e personalização, o que pode ser um benefício, mas também pode ser intimidador para novos usuários.
Segurança: Linux é geralmente considerado mais seguro contra malware e vírus, o que pode ser uma vantagem significativa para usuários menos experientes.
Influência Externa
Como mencionado, a influência de amigos, familiares e profissionais de TI pode ter um grande impacto. Se uma pessoa confia em alguém que recomenda Windows, é provável que siga essa recomendação, especialmente se a pessoa que recomenda está disponível para fornecer suporte.
Primeira Experiência
A experiência inicial pode moldar a percepção de um novo usuário sobre a facilidade de uso e a eficácia de um sistema operacional. Se a primeira experiência com Linux ou Windows for ruim, pode criar uma impressão negativa duradoura.
Suporte e Manutenção
Linux pode exigir um pouco mais de conhecimento técnico para resolver problemas ou configurar certas funcionalidades, especialmente se comparado ao Windows, que muitas vezes tem soluções mais automatizadas e prontamente disponíveis.
Experiência do Usuário
Na história relatada anteriormente, vemos um exemplo clássico de alguém que encontrou mais facilidade com Linux depois de experimentar o Windows, apesar da pressão externa para mudar. Isso ilustra que a experiência pessoal e as necessidades específicas devem ser consideradas ao escolher um sistema operacional.
Resumo
Para um usuário leigo:
Windows é geralmente mais fácil de começar devido à familiaridade e suporte.
Linux pode ser uma excelente escolha se a distribuição certa for selecionada (como Ubuntu ou Mint) e se houver suporte adequado disponível.
Ressalvas
Configuração Inicial: A configuração inicial e a instalação de Linux devem ser feitas corretamente para evitar problemas que podem desanimar o usuário.
Suporte Continuado: Oferecer suporte contínuo para novos usuários pode ajudá-los a superar qualquer obstáculo inicial.
Educação e Tutoriais: Disponibilizar tutoriais e recursos educacionais para ajudar os novos usuários a se familiarizarem com o sistema escolhido.
A decisão final deve considerar as necessidades individuais do usuário, sua disposição para aprender algo novo, e o suporte disponível para ajudá-lo a superar desafios iniciais.