5 desculpas para não usar Linux

Muitas vezes, em conversas, quando o assunto envolve computadores e falo que uso Linux no meu computador, sou surpreendido por uma cara de espanto e às vezes com uma frase do tipo: “tá maluco?” ou “Ah! Fala sério! É mentira, não é?”

Quando isso ocorre, normalmente questiono as pessoas o por que do espanto, se já chegaram a usar um sistema Linux ou se gostariam de experimentar. O que normalmente ouço é uma série de desculpas para não sequer experimentar um LiveCD. Algumas são até relevantes, outras sequer fazem sentido. Veja algumas delas:

1ª – O Linux é muito ruim

Essa é a desculpa mais comum que ouço. Normalmente a pessoa se resume a dizer isso, não sabendo entretanto, dizer o porquê de tal afirmação. Ao que tudo indica, essa é a pessoa que se deixou levar pela opinião de terceiros, ou seja, sequer experimentou o sistema, mas já foi convencida (por outros) de que ele é “ruim”.

2ª – É muito difícil de usar

Outra desculpa bem comum. Assim como a primeira, essa é uma desculpa usada por uma pessoa que se deixou levar pela opinião alheia, ou que por algum motivo, tentou utilizar alguma distribuição e sem sucesso, acabou por rotular o Linux como um todo de difícil.

3ª – É difícil instalar

Convenhamos que um leigo geralmente não instala um sistema operacional, assim, muitas das pessoas com quem falo a respeito da instalação do Linux instalam o Windows numa boa, passando pelo processo de formatação, criação e escolha de partições, além da configuração e instalação de drivers sem sequer reclamar, mesmo quando tem que vasculhar a internet inteira em busca de um driver perdido. A questão aqui é a seguinte: se uma pessoa é capaz de fazer toda a maratona de instalação e configuração do Windows, qual a dificuldade em se instalar um sistema que assim como o anterior lhe dá toda a informação necessária para isso? Sem contar que as distribuições mais atuais ainda contam com instaladores gráficos extremamente intuitivos ou rodam de um LiveCD, permitindo que todo o processo de configuração seja testado antes da instalação em si (o Windows não faz isso). Essas na minha opinião, são pessoas que se prenderam muito ao óbvio (só resolvem os problemas que já conhecem) e se perdem totalmente quando tentam algo novo.

4ª – Faltam programas / jogos

Esse é um pretexto com o qual concordo parcialmente, uma vez que em matéria de programas o Linux é muito bem servido. Basta, por exemplo, olhar a quantidade de pacotes disponíveis nos repositórios do Debian ou do Ubuntu, para constatar facilmente que existem programas para todas as finalidades. Com relação aos jogos o negócio é um pouco diferente. É claro que existe uma grande quantidade de jogos para Linux, muitos desses excelentes. Outros, ganharam versões que rodam nativamente e ainda temos o Wine ou Cedega. O grande problema é que ainda assim, muitos jogos (especialmente os mais novo) deixam de ter um bom suporte para o Linux, outros, mesmo rodando sob Wine requerem uma pequena maratona para a instalação ou não rodam de maneira satisfatória. Isso do meu ponto de vista, espanta os jogadores que resolvem experimentar o sistema Linux.

5ª – O componente / periférico “X” não funciona

Essa é um desculpa usada por pessoas que enfrentaram problemas de incompatibilidade de hardware, e frustradas pelo problema acabam desistindo. Nesse caso, como sabemos, a culpa é do fabricante que não disponibiliza os drivers para o periférico em questão. O problema é que o Linux é quem leva a culpa pela falta de drivers. Ou seja, o sistema como um todo acaba ficando “queimado” por conta dos fabricantes que não dão suporte ao próprio produto.

Pra terminar
Essas são apenas algumas das desculpas que escuto das pessoas para não testar um Linux, claro que existem muitas outras. Já fui do tipo de pessoa que tentava a qualquer custo, convencer os outros de que o Linux era a solução mais prática para os problemas existentes no Windows. Entretanto, desisti depois de ouvir tantas desculpas. Além disso, cheguei à seguinte conclusão: a grande maioria das pessoas que utilizam o Windows não se importam em rodar um antivírus, antispyware ou qualquer outro “anti-qualquer-coisa’. Se o sistema trava, elas usam o reset e continuam sem se importar por que ele travou (mesmo que aconteça inúmeras vezes), se ele começa a apresentar problemas com mais frequência, basta formatar e instalar de novo que resolve (acredite, já vi isso). Não que o Linux seja melhor, como já disse, ainda temos o problema da incompatibilidade de hardware, assim como a falta ou fraco suporte a vários softwares (como jogos por exemplo). Mas fico muito contente em não ter que instalar os “anti-qualquer-coisa) que existem aos montes por aí, e ter uma suíte office (como o OpenOffice) já instalada e pronta para uso sem a necessidade de rodar um novo cd ou em instalar os programas facilmente através dos gerenciadores de pacotes (apt-get, yum, etc). Enfim, Acabei me convencendo de que o melhor é concentrar os esforços em ajudar aqueles que realmente tem interesse, aqueles que realmente tentam usar o Linux. Porque, quem viciou no Windows, dificilmente o largará.

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